...havia um vazamento de água no
sistema hidráulico de casa, uma casa velha e cheia de gambiarras nas
instalações elétricas e hidráulicas. Eu podia ver uma verdadeira cachoeira
caindo sobre um armário vertical, não sei se era na cozinha, no banheiro ou no
quarto. Vi também que o móvel começava a deteriorar com a umidade.
A Sueli me alertou para o fato de
o piso estar oco por baixo do revestimento no lugar onde caia a água.
De súbito vi que o piso se diluía
na forma de um lamaçal, parecia uma areia movediça, como nos filmes rodados em
pântanos. Empurrei a Sueli para o lado
onde o piso estava firme e temi afundar-me na lama. Consegui sair meio deitado
para aumentar a área de apoio.
Nisso o Sr. Nelson (velho amigo
da família que é pedreiro) me alertou que o vazamento provocara um tremendo
buraco no solo e tinha ligação para o vale onde corria um rio (Itambé?) .
Haviam umas placas grandes de concreto sobre o buraco, podia se ver através das
frestas entre as placas que a profundidade era muito grande, talvez uns 10
metros.
De repente meu irmão João
apareceu andando sobre as placas que oscilavam sobre o buraco. Temendo a sua
queda tomei-o por um braço e o puxei para fora do abismo. Neste mesmo momento
escutamos um estrondo e vimos algumas toras de madeira de grande tamanho caindo
ao fundo, mas lá embaixo haviam algumas pessoas que ficaram soterradas pela
lama que caia com os troncos de madeira.
Algumas pessoas apareceram e me ajudaram a retirar os
acidentados de debaixo das toras. Uma delas (não sei o sexo) tinha algumas
escoriações no rosto, mas estava de pé, a outra era uma moça alta e morena de
longos cabelos lisos e sujos de lama e que aparentemente nada sofrera...
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